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Red Bull favorita à pole? O que a telemetria nos diz da sexta-feira de treinos livres em Portimão


Max Verstappen dirige seu RB16B durante o 1° Treino Livre em Portimão — Foto: Dan Istitene / Fórmula 1 via Getty Images

Por Valentin Furlan, editor-chefe

Portimão, Portugal

 

A Mercedes dominou a sexta-feira de treinos livres em Portugal - Bottas foi o mais veloz no TL1 e Hamilton liderou o TL2. Contudo, o que os dados adquiridos contam é algo totalmente diferente.

Tradicionalmente, temos as sessões de sexta-feira sendo amplamente utilizadas para aclimatação geral da pista - ainda mais em um circuito relativamente novo, como é Portimão, estreante na categoria seis meses atrás - e execução de programas voltados à corrida - salvo em ocasiões excepcionais, como no Bahrein, quando o TL2 é a única sessão se passando no mesmo ambiente do GP, à noite.

Mas não foi exatamente o que vimos em Portugal. Portanto, sem mais, vamos à análise.

 

Ritmo de classificação

É possível uma equipe mais lenta apresentar ritmo melhor do que a equipe mais veloz em um mesmo dia? Sim. E nunca é demais reiterar: nem tudo se resume à volta mais rápida, durante os treinos.

Vamos direto ao ponto: a Red Bull apresentou um ritmo melhor que a Mercedes em tiros curtos, de classificação. E isso fica muito evidente a partir do momento em que você junta os cacos: Sergio Pérez está longe de se sentir bem ambientado em seu RB16B, enquanto Max Verstappen reclamou de vibrações e problemas no BBW ('freio por fio', em tradução livre). Além disso, soma-se a quantidade de combustível e situação dos pneus. Pois é, a diferença de ritmo para a Mercedes (Max ficou 143 milésimos atrás, no TL2) é tão real quanto seus fatores amenizadores.

Contudo, como já foi provado no Bahrein, na primeira corrida da temporada, não basta apenas ter ritmo potencial. É necessário convertê-lo sobre o asfalto. E esse é, talvez, o principal problema da Red Bull para vencer a Mercedes: como transformar o potencial em resultado.

Mas, faça-se justiça, é o principal problema de quase toda equipe no grid.

Aliás, vale destacar que a Mercedes também teve "danos", constatados após a segunda sessão. Assim, a pequena diferença se torna ainda menos definidora.

"[Os danos] nos custaram performance e vão certamente explicar os problemas de Lewis em ritmo de corrida. Mas, mesmo com isso sendo fixado, ainda podemos encontrar mais ritmo", revelou Andrew Shovlin, chefe de engenharia de corrida da Mercedes, ao jornalista Lawrence Barretto.
Diferença de tempos para a Red Bull, em ritmo curto, conforme dados adquiridos nos treinos livres — Foto: Fórmula 1

 

Ritmo de corrida

E o domínio da equipe de Milton Keynes se estende também a domingo. E é mais delimitado. A diferença para as Silver Arrows ultrapassa a casa dos 2 décimos e pode assustar, mas é necessário fazer as mesmas ressalvas de antes: ambas as equipes tiveram problemas os quais não conseguimos medir exatamente o impacto nos tempos de volta.

Mas Hamilton parece tentar. Após o 2° Treino Livre, o heptacampeão afirmou que sua volta mais rápida "não foi perfeita" e que deixou tentos importantes na mesa. Do outro lado, Verstappen também acredita que tempos menores são possíveis. "O carro aparentou estar bem, mas ainda há trabalho a ser feito amanhã, com certeza", afirmou o holandês.

Diferença de tempo por volta para a Red Bull, no ritmo de corrida, com dados desta sexta — Foto: Fórmula 1

De qualquer forma, os ajustes também deverão se basear nas condições pouco aderentes do asfalto, que, apesar de mais emborrachado do que há seis meses, ainda é relativamente novo. Portanto, não basta ter um bom ritmo de corrida, caso não garanta uma boa posição no grid de largada. E isso vai além da configuração das máquinas: cai na habilidade de cada piloto.

Fugindo um pouco das primeiras fileiras, destaca-se a Alpine, quem justamente se adaptou às condições escorregadias na segunda sessão do dia e arrancou 5° e 6° lugares, com Alonso e Ocon. A tendência é de brigarem por vaga na zona de pontuação, no top 10.


 

Voltas ideais

O conteúdo a partir daqui é baseado na junção dos melhores setores de cada piloto em uma só volta. E o resultado é relativamente surpreendente.

As Mercedes de Hamilton e Bottas se postam nas primeiras casas, seguindo Verstappen. A grande inovação vem a seguir: Fernando Alonso. O espanhol realmente demonstrou bom ritmo, à frente das Ferraris de Sainz e Leclerc e das duas McLarens. Seu companheiro, Esteban Ocon, vem um pouco mais atrás, mas em também ótimo 8° lugar.

Já de olho no intervalo entre as respectivas melhores voltas e o mostrado na pista, temos Valtteri Bottas, quase 1 segundo mais lento e o próprio Alonso, em 3°, mostrando que tanto Alpine quanto Mercedes ainda deixaram alguns tentos na mesa, e podem embaralhar mais ainda o quebra-cabeças.

Um pouco mais atrás, fica o destaque para a McLaren, que não se adaptou à pista. Por outro lado, a batalha interna fica bem interessante, já que Ricciardo se posta 2 ou 3 décimos à frente Lando Norris. Vale destacar, no entanto, que o mesmo ocorreu em Ímola - sexta-feira pouco produtiva - e o resultado foi um pódio de Norris.

Voltas ideias de cada piloto, a partir da junção de seus melhores tempos por setor no TL2, seguido de seus respectivos intervalos entre o que foi realmente apresentado — Foto: Fórmula 1

Assim, dentre muitas variáveis e indefinição, no final das contas, a única certeza é a de que teremos um Grande Prêmio emocionante no domingo.

 

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