Estamos a poucas horas do Grande Prêmio de Mônaco e o fim de semana, até aqui, realmente jamais deixou a desejar. Com destaque para a evolução absurda da Ferrari e os problemas de adaptação da Mercedes, veja o que o roteirista da corrida nos preparou antes de toda a ação de domingo.
Ferrari na pole após 19 meses
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Se alguém não viu o Treino Classificatório e tem conhecimento que, em todas as vezes em que correu em Monte Carlo, Charles Leclerc nunca conseguiu ver a bandeira quadriculada, ao ficar sabendo que o piloto bateu feio durante o Q3, jamais acreditará que o mesmo largará na pole position pela Ferrari, depois de mais de um ano e meio do último feito (GP do México de 2019). Mas isso já é história. E o fim de semana de Leclerc, de fato, parece um conto de fadas, até aqui. Vale lembrar, ainda, que perdeu o 1° Treino Livre com problemas na caixa de câmbio.
De qualquer forma, no domingo tudo isso é esquecido e tempos de volta pouco importam: na corrida, vence quem apresentar melhor ritmo e estratégia.
Contudo, levando-se em conta que é praticamente impossível realizar uma ultrapassagem com maior segurança em Mônaco, manter-se na liderança após a largada já será meio caminho andado para que a equipe mais tradicional da categoria almeje o posto mais alto do pódio. Portanto, aguarde altas emoções na primeira curva, já que Max Verstappen e Valtteri Bottas vêm ambos sedentos pela vitória, ainda que por objetivos diferentes: Max quer se firmar na luta pelo título contra Hamilton e Bottas, um início de temporada mais tranquilo para, quem sabe, entrar na diretamente na disputa.
Caso não consigam ultrapassar o monegasco, não pense que o fato de todos largarem com pneus macios muda a possibilidade de jogo estratégico. RBR e Mercedes, que já brincaram tanto com nosso coração neste início de temporada, devem arregaçar as mangas e traçar possíveis cenários fora do asfalto (ou não) para ultrapassagens.
Mercedes e o (recorrente) problema com os pneus
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Engraçado como na Fórmula 1 - e em tudo na vida -, a partir do momento em que você entende o por quê de algo acontecer, por mais bizarro que seja, isso instantaneamente passa a fazer tanto sentido que literalmente deixar de ser tão anormal. Nessa toada, é difícil imaginar que Lewis Hamilton tenha tido um ritmo digno de 7° lugar, mas foi exatamente o que vimos.
Após o Classificatório, Lewis deixou clara sua insatisfação com o carro e relembrou a dificuldade em manter a temperatura dos pneus. E é um problema sério, realmente. Andar sem aderência em Mônaco e perdendo a frente ou a traseira durante as primeiras voltas da corrida não dão pinta de almejos desejáveis. Bottas, por exemplo, sofreu menos no quesito e teve um sábado muito mais alegre.
E, faça-se justiça, se Leclerc não tivesse dado contra o guard rail, Lewis poderia muito bem - e provavelmente o faria - ter conseguido algo - muito - melhor. Mas é fato que, independentemente disso, o heptacampeão não veio bem durante todo o fim de semana e é difícil imaginar que uma única volta pudesse tirar o quase meio segundo que o separou de Leclerc na tabela de tempos.
Portanto, mais do que esperar uma difícil corrida de recuperação para Lewis, esperemos melhor performance, assim como melhor tratamento do carro para com os pneus, que, caso o problema não seja minimamente reduzido, correm sério risco de esfarelarem no asfalto frio de Monte Carlo.
Ricciardo e seu ritmo inconsistente
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Longe de se imaginar o pole position e vencedor da prova de 2018 em um problemático 12° lugar, ainda mais ao ver o companheiro de equipe, Lando Norris, largando na 5ª posição. Ricciardo não conseguiu mostrar serviço e andou (bem) atrás de Norris durante todo o fim de semana.
Não foi surpresa vê-lo fora do top 10, nem menos decepcionante, mesmo assim. A resposta vazia após os consolos do engenheiro pelo rádio seguindo a informação da eliminação precoce no Q2 diz muito sobre o momento do piloto.
Mas há sempre um lado positivo. A duas posições da zona de pontuação, o australiano ainda pode transformar o pesadelo em algo produtivo seja para ele próprio, seja para a McLaren na classificação de construtores. Com a escolha livre de pneus, é possível imaginar uma situação ideal para buscar Antonio Giovinazzi, ao menos, em 10°. Assim, mesmo com um ritmo ruim, é recomendável ficar de olho em Daniel e sua poderosa McLaren neste domingo.
Briga quente pelo pódio
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Se por um lado a batida de Leclerc fez bem, de certa forma, à Ferrari, do outro, a escuderia lamentou demais a falta de outra chance para Carlos Sainz colocar o ótimo ritmo mostrado nos treinos livres à prova - foi o 2° mais veloz em cada uma das sessões - e disputar por uma posição no grid mais alta. À priori, os objetivos vão de possível candidato ao primeiro lugar a assegurar um posto no pódio. Mas, para tanto, terá que ultrapassar Valtteri Bottas e eliminar as ameaças de Norris, logo atrás.
O finlandês ainda não mostrou a que veio na temporada. Apesar de já ter conseguido a pole position em Portimão, Bottas terminou o GP de Portugal em um problemático 3° lugar, devido às circunstâncias na pista. Portanto, ao mesmo pé em que há fome pela primeira vitória na temporada, há também o retrospecto ruim nas últimas provas.
E, em forma inversa, Norris ficou a apenas 44 milésimos de Sainz, seu ex-companheiro de McLaren. Mas alguns pontos dificultam para o piloto. Primeiro, falta o 'ombro amigo' de Daniel Ricciardo, à medida em que as possibilidades de under ou overcut são menores com o real perigo de ataques vindo de trás. Segundo, a fase do espanhol ferrarista também é muito boa. Assim, ganhar a posição não aparentava ser tarefa fácil e realmente não deve ser. Resta ao inglês seguir tirando proveito máximo de seu MCL35M e toda a sua competência pode colocá-lo com o favoritismo na briga pela posição.
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