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🧠 Como Scaloni e Deschamps devem montar Argentina e França para a final da Copa do Mundo

Atualizado: 18 de dez. de 2022


Didier Deschamps (à esq.) e Lionel Scaloni (à dir.) montam tabuleiros de xadrez para final do Mundial no Catar — Arte: OneSports

Por Luciano Melo e Valentin Furlan – 17 de dezembro

A Copa do Mundo será definida neste domingo (18), com França ou Argentina saindo com a tão almejada coroa do tricampeonato mundial. Mas, para conquistar o feito histórico, Lionel Scaloni e Didier Deschamps, técnicos de Argentina e França, terão muito trabalho a fazer.

Aqui, tentamos antecipar algumas possibilidades de escalação e sistemas táticos para a finalíssima, além de pontuar possíveis desequilíbrios individuais.

Dá uma olhada...

Flexível e imprevisível: como vem a Argentina 🇦🇷

Julián Álvarez celebra gol contra a Croácia nas semifinais — Foto: Divulgação / FIFA

Esta não é uma Argentina espetacular. Há pouco interesse em dominar as partidas e não há grandes estrelas além de Messi. Mas a seleção oferece flexibilidade tática, agressividade, organização defensiva e um centroavante (Álvarez) disposto a fazer o trabalho defensivo de Messi. Ponto para Scaloni.

Aliás, só Messi pode ser o suficiente para levantar esta Copa do Mundo.

Outro mérito de Scaloni é manter o equilíbrio entre defesa e ataque, concedendo espaço tanto atrás da defesa quanto na frente do meio-campo, mas nunca nas entrelinhas. A equipe muda de acordo com o adversário, usando um 5-3-2 para igualar o sistema da Holanda ou um 4-4-2 para igualar e estreitar o meio-campo contra a Croácia. Coisa, inclusive, que faltou ao Brasil.

Contra a França, a Argentina poderia ir para uma defesa com três zagueiros, para sempre ter uma sobra contra Mbappé. Assim foi na virada contra o México, com Guido Rodríguez entre Cristian Romero e Nicolás Otamendi, ou diante da Polônia, em que o baixo Lisandro Martínez surpreendeu atuou entre a dupla de zaga frente aos altos poloneses. O empecilho, neste caso, seria ter apenas três meio-campistas. A Inglaterra, entretanto, já mostrou que é possível trabalhar com a bola contra o talentoso meio francês, nas quartas.

Mas a probabilidade é que o 4-4-2 da semifinal seja mantido. Isso significa Alexis Mac Allister à esquerda e Rodrigo De Paul à direita. O papel de De Paul será crucial, tanto apoiando Molina na defesa contra Mbappé, quanto tentando conter os avanços de Hernandez pela lateral. Jules Koundé, do outro lado, não será tão ofensivo na lateral, o que significa que o quarteto argentino pode estar ligeiramente torto, inclinado para a direita.

Já no segundo tempo, ainda há possibilidade de tirar um dos dois mais abertos e espetar Álvarez na esquerda, abrindo passagem para um 4-3-3 com Di María na direita. Scaloni consegue brincar bastante com suas opções de banco.

Desfalcada, mas impiedosa: como vem a França 🇫🇷

Franceses, após gol de Kolo Muani, que fechou vitória por 2 a 0 sobre Marrocos — Foto: Divulgação / FIFA

A França venceu a Liga das Nações em outubro passado – derrotando a Bélgica nas semifinais e a Espanha na final – num 3-4-1-2. Antoine Griezmann atuou como um número 10, atrás de Kylian Mbappé e Karim Benzema. Sem a bola, os laterais formavam uma defesa de cinco. Mas havia um desequilíbrio. O time francês sempre saiu atrás em ambas as partidas e precisou suar sangue para vencê-las. Ofatoé que não conseguia controlar as partidas e dependia do talento individual dos três atacantes para criar gols.

No Catar, Mbappé e Ousmane Dembélé foram a dupla principal nas pontas. A lesão de Lucas Hernández , na estreia da França contra a Austrália, abriu caminho para seu irmão mais novo, Theo. Isso maximizou a ameaça de Mbappé, já que o posicionamento agressivo do lateral francês imobiliza o lateral adversário e auxilia o camisa 10, em trocas rápidas de passes e/ou transições.

Nesta Copa, a França é mortal em contra-ataques. Isso ficou claro nos confrontos contra Inglaterra e Marrocos quando, apesar de alguma dificuldade sem a bola, demonstrou articulações defesa-ataque bem montadas e faro de gol frente às três traves. Fato, Benzema e Giroud oferecem diferentes maneiras de atuar, com o primeiro saindo da grande área e buscando jogo, enquanto o segundo fica mais fixo à frente, procurando uma sobra ou o pivô.

Os pontas, dribladores natos, causam pavor em qualquer defesa do mundo. Sem contar que o jogador do Barça ainda pode cair para os dois lados do ataque e arrematar a qualquer distância. Mbappé, por outro lado... Bom, você já sabe.

O grande problema da França, ao que parece, nesta final é saber onde Messi vai aparecer. Ele quase certamente fará parte de uma frente de dois, novamente ao lado de Julián Álvarez. Em vários momentos, ele deve aparecer nas zonas em que Hernández, Aurélien Tchouaméni e Adrien Rabiot – ou Youssouf Fofana, a depender das condições do meia da Juve) são responsáveis. E aí fica a questão: como parar alguém como Messi?

Essa aí a gente realmente não sabe responder.


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