Flechas Prateadas seguem dominantes e RBR não incomoda
Ferrari realiza mudanças, mas segue em última no "pelotão intermediário"
Por Valentin Furlan — Monza, Itália
Em mais uma sexta-feira dominada pelas Mercedes de Hamilton e Bottas, os holofotes se viraram para a briga no "meio-campo". Outro destaque ficou para os motores Honda, que renderam mais que as unidade de potência de Reanult e McLaren - produzidas pela equipe francesa, contudo, com um grande equilíbrio entre RBR e AlphaTauri.
No 1° Treino Livre, a Flecha Prateada de Valtteria Bottas foi o carro mais rápido da pista. Com quase dois décimos e meio acima de Hamilton, que veio logo atrás, o finlandês ficou pouco menos de oito décimos à frente do terceiro colocado, Albon. A grata surpresa foi Kvyat em quarto. Vettel foi só o 19°, em mais uma manhã difícil para a equipe da casa, a Ferrari.
Na sessão seguinte, a escuderia italiana equilibrou um pouco as coisas e ainda conseguiu colocar Charles Leclerc no top 10 - algo que não acontecia desde o fim de semana em Barcelona -, na nona posição. Mais uma vez, dobradinha da Mercedes. Hamilton foi o primeiro com tempo de 1m20s192 e Bottas o segundo, com 1m20s454 no cronômetro.
Ritmo por volta
O gráfico não chega a surpreender, mas deixa uma pulga atrás da orelha quanto à situação da Red Bull, que não teve nem de perto o terceiro carro mais rápido do dia (Albon chegou em terceiro na primeira sessão, mas caiu para 14° no segundo treino). Há quem diga que a equipe possa estar “escondendo o jogo”, mas uma pole parece muito improvável para a construtora de Milton Keynes.
A Renault, por outro lado, mesmo decepcionando no TL2 - Ocon foi o 11° e Ricciardo, 15° -, mostra que de fato tem um power unit de respeito e apresentou velocidade intensa nas retas italianas. O terceiro lugar da sessão para Norris também não foi por acaso. Mesmo com problemas mecânicos na maior parte do dia, conseguiu voltas consistentes nos compostos macios na reta final do treino e se postou no "pódio". Mesmo assim, o grande nível de arrasto e problemas aerodinâmicos dos carros da McLaren, que, como dito, têm a mesma unidade de potência que a Renault, foram motivos para a equipe de Lando ficar só no meio do pelotão.
Já no fundo do grid, abrimos alas para o "desfile" dos motores Ferrari. A escuderia caseira confirmou que realizara "mudanças" no motor para este fim de semana e foi algo já notável na primeira vez em que os carros foram para a pista, com um som diferente do habitual. Mesmo assim, a nona colocação de Leclerc na segunda sessão do dia foi o melhor que a construtora conseguiu. Os problemas aerodinâmicos nas di Lesmo foram evidentes, levando Vettel e Charles ao cascalho em mais de uma oportunidade no dia. Alfa Romeo, Haas e Williams seguiram na mesma.
Ritmo de corrida
Helmut Marko deve ter ficado com (os poucos que tem) cabelos em pé nesta sexta. Nem tudo está perdido, apesar disso. Mesmo sendo praticamente impossível prever outra coisa além de uma primeira fila recheada com as Mercedes, a Red Bull apresentou melhores números nas long runs e podem ser uma pedra no sapato de Toto Wolff e companhia. Se realizarem a lição de casa nesta noite, podem até diminuir a diferença, conforme Verstappen avaliou: "ainda há um pouco de trabalho a se fazer".
A decepção com a Racing Point, por outro lado, segue. Com ambos Stroll e Pérez reclamando do desempenho geral da equipe em Spa e, agora, em Monza, o grupo apresentou problemas nas voltas únicas, mas a unidade de potência da Mercedes só tende a ajudar. Apesar de ser uma questão crônica, diferentemente da RBR, ficam à mercê de melhorias no pernoite para o Qualifying deste sábado.
No fundo do grid, Williams, Alfa Romeo e Haas devem ter um fim de semana desagradável enquanto não devem pontuar. Destaque vai para a primeira equipe, que, diferentemente do ano passado, ameaçou as duas clientes da Ferrari e pode finalmente sair do fim da fila.
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