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🛳️ A culpa por trás da queda 'scouser'


Treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, durante partida de volta contra o Real Madrid pelas quartas de final da Champions League — Foto: Peter Byrne / PA Images via Getty Images

Por Felipe Wolp Lunardelli — Liverpool (ING)

 

Que a temporada do Liverpool não é das melhores todos nós já sabemos. Além de serem eliminados, na última quarta (14), na fase de quartas de final da UEFA Champions League para o Real Madrid, o clube ocupa apenas a 6ª colocação da Premier League e está fora de todas as outras competições domésticas, como, por exemplo, a FA Cup, que terá suas semifinais disputadas neste fim de semana.

Como sempre, no meio futebolístico, torcedores e mídia buscam os porquês de uma queda drástica de rendimento como a que aconteceu com os Reds nesta temporada. É da normalidade buscar culpados, creditar os maus resultados a alguém, pois negamos aceitar a realidade que está diante de nossos olhos. E tudo bem. O torcedor não tem a responsabilidade de acertar sempre, muito menos de aceitar erros, pois ele é passional. O grande problema é quando os dirigentes, cartolas e até mesmo treinadores fazem a mesma coisa, ou agem de forma completamente oposta, não analisando todo o espectro como deveriam, negando as necessidades do clube.

É possível dizer com tranquilidade que um dos problemas do Liverpool foi elenco, não a falta dele, mas, sim, a qualidade e a sua renovação. Por mais que o plantel fosse até enxuto, na temporada passada, em que foi campeão inglês, pouco mais da metade desses jogadores fizeram sete jogos ou mais, era um sinal já dado desde quando o elenco e o clube estavam em alta. Entretanto, diretoria e corpo técnico parecem não enxergarem dessa maneira. E as lesões só atrapalharam ainda mais. O time teve o nível técnico e número de opções se reduzindo.

Brasileiro Roberto Firmino reclama de lance com companheiros, em eliminação da Champions — Foto: Shaun Botterill / Getty Images

Até por isso a renovação do elenco do time de Anfield é essencial. Não necessariamente dos 11 titulares, mas sim de seus suplentes, afinal, é muito cômodo para Alexander-Arnold não ter uma sombra ou complicado você não ter mais um zagueiro de nível parelho que Van Dijk. A situação complica ainda mais quando chegamos ao meio e ao ataque. Como no caso de Naby Keita, uma de suas principais opções de troca para o setor de meio de campo, mas que sofre com lesões e não apresenta boa fase há anos. Também é o caso de Oxlade-Chamberlain e do veterano de 35 anos, que, apesar de voluntarioso, já não entrega o futebol que o clube necessita, Milner.

No ataque a situação é mais drástica ainda, pois o centroavante reserva é Origi, que tem 17 jogos na temporada e tem apenas um gol marcado, ou seja, não corresponde. O ponta-direito reserva é Shaqiri, que também não ajuda desde a temporada retrasada e entrega pouco. Contudo, não podemos cair no conto do vigário e culpar apenas os jogadores, afinal a 'culpa' de ainda estarem por lá não é deles. O grande problema da temporada do Liverpool foi o planejamento para a renovação do trabalho de seu treinador, Jürgen Klopp.

Manuel Sérgio certa vez disse que "quem sabe só de futebol, de futebol nada sabe". E a frase é famosa e tem várias formulações, mas que indicam a mesma ideia: para se entender de futebol - para se dar bem no meio futebolístico -, devemos ir além das quatro linhas e agregar várias outras ciências ao esporte. E, nesta temporada, o que faltou ao clube inglês foi se atentar a isso, ter um papel mais ativo em outros espectros que o esporte pede, seja no gerenciamento, seja na análise, no gramado, no psicológico ou em todas essas áreas.

A cunho de informação, existe outro ditado no meio esportivo que define muito bem o ocorrido com o Liverpool desta temporada: "Chegar ao topo é fácil, difícil é se manter". E talvez o clube tenha descoberto da pior forma que fazer apenas o que já era feito é muito pouco para se manter no topo.

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