Por Wendel Lima – 15 de maio
Novo filme, mesmo caprichado roteiro. Foi em mais um duelo marcado por fortes emoções, muito equilíbrio, 0 a 0 no placar e outra decisão pelos pênaltis para o Liverpool superar o Chelsea na final da FA Cup, neste sábado (14), em Wembley, e levantar a sua segunda taça em 2022.
O reencontro entre Thomas Tuchel e Jürgen Klopp, 76 dias após a final da Copa da Liga Inglesa, já prometia muito antes de a bola rolar. De um lado, a chance da revanche do clube londrino, que chegava à sua terceira decisão seguida do torneio mais tradicional da Inglaterra e mais antigo da história do futebol, buscando reverter as frustrações dos vices contra Arsenal e Leicester, em nas duas últimas temporadas. Do outro, um time cada vez mais avassalador, que se recusa a entregar suas forças e que ainda busca o feito inédito de comemorar os quatro títulos possíveis em uma mesma temporada.
Mas, além das muitas chances criadas e perdidas pelos dois lados, quais pontos merecem destaque no segundo triunfo consecutivo do Liverpool sobre o Chelsea, em pouco mais de dois meses?
Intensidade: a fome de um campeão nato
Desde o início da partida, ficou claro que o time de Merseyside havia entrado disposto a ditar o ritmo em campo. Responsável pelas principais ações ofensivas dos primeiros 20 minutos, os Reds também se organizaram bem defensivamente, dificultando e muito o jogo dos Blues. A intensidade e a pressão alta exercidas no campo adversário se traduziram em peça-chave para manter a equipe com o domínio da bola na maior parte do tempo, em ritmo forte e envolvente.
Feitiço virando contra o feiticeiro
Se na reta final do tempo regulamentar a trave foi uma verdadeira dor de cabeça para Klopp e seus comandados – ela parou os chutes de Luis Díaz e Robertson, aos 38 e 39 minutos, respectivamente –, na decisão por pênaltis ela foi essencial para desestabilizar o Chelsea.
Isso porque quando o capitão Azpilicueta errou a segunda cobrança, a grande responsabilidade para manter o time vivo dali em diante ficou nas mãos de Édouard Mendy. O melhor goleiro do mundo, eleito pela FIFA, até poderia sair como herói da partida, depois da grande atuação nos 120 minutos e, principalmente, por defender o chute do compatriota Mané, garantindo uma sobrevida e provando, talvez, o erro de seu treinador em tê-lo preterido por Kepa, naquela útlima final, em fevereiro.
Mas outros nomes estavam destinados a brilhar mais...
'Efeito Alisson' e um herói improvável
Que o goleiro brasileiro tem uma estrela especial em momentos decisivos o mundo inteiro do futebol já sabe. Mais uma vez, ele foi essencial para que o Liverpool soltasse o grito de campeão.
Depois de parar Marcos Alonso e evitar a potencial abertura do placar aos 28 minutos do primeiro tempo, Alisson voou para defender a cobrança de Mason Mount, a segunda da série alternada, e deixou o grego Tsimikas, que substituiu o quase inesgotável Robertson na prorrogação, com a bola decisiva. Sem titubear, o lateral acertou o lado direito de Mendy, deslocando o senegalês e coroando mais um título a um clube que segue empilhando taças.
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